O Feng Shui é uma antiga prática chinesa que envolve arte, técnica e sabedoria, e tem como objetivo harmonizar casas, apartamentos, empresas e espaços comerciais. Ele é baseado na energia vital, conhecida como “chi”, que está presente e circula nos imóveis e ambientes. A prática do Feng Shui pode ser feita por meio da decoração, do design de interiores, do paisagismo, da arquitetura, da disposição dos móveis, do uso de cores, da aplicação de materiais (como vidro, cerâmica, madeira, metal), e do uso de objetos, imagens, formas e elementos Feng Shui. Uma das prioridades do Feng Shui é a aproximação com a natureza. Por isso, cristais, pedras, iluminação natural, circulação de ar, fontes com água, plantas e flores naturais são muito recomendados nos ambientes internos e externos. O termo “Feng Shui” pode ser traduzido como “vento e água” e originou-se na China². Ele se relaciona com o ‘yin yang’, a imagem que simboliza o equilíbrio entre as forças positivas e negativas.
A história do Feng Shui
O Feng Shui é uma arte milenar que surgiu na China. A história do Feng Shui pode ser dividida em três partes principais:
1. Origens Antigas: Desde tempos imemoriais, o homem sempre usou discernimento ao escolher locais para habitar. Quando começou a construir habitações permanentes, tinha preocupações básicas, como alinhar as fachadas para o sul, especialmente nas partes frias da China. Esta primeira parte corresponde também ao desenvolvimento dos princípios da metafísica chinesa (desde Fu Hi – 3000 AC) e já estavam presentes os dois fatores fundamentais do Feng Shui, Forma (Luan Tou) e Direção (Di Li).
2. Feng Shui Clássico: A grande revolução ocorreu com o aparecimento da primeira bússola, a “Luo Pan”, talvez na dinastia Tang (por exemplo, 700 AD). Foi no fim da dinastia Tang que viveu o primeiro Grande Mestre desta arte, Yang Yung Sun, ao qual é atribuída a criação do anel dos 72 Dragões. Durante o estabelecimento do regime maoista na China, o Feng Shui foi perseguido e declarado ilegal.
3. Feng Shui Contemporâneo: A terceira parte da história do Feng Shui começou na década de 80, com o aparecimento do Feng Shui contemporâneo. Esta forma moderna de Feng Shui foi iniciada por mestres sem formação clássica, sendo o primeiro Lin Yun, um monge budista tibetano de Taiwan que emigrou para a Califórnia e criou o sistema Black Hat.
Qual a diferença do Feng Shui clássico e o contemporâneo?
O Feng Shui Clássico e o Feng Shui Contemporâneo têm abordagens diferentes, embora ambos busquem harmonizar o ambiente. Aqui estão algumas das principais diferenças entre eles:
Feng Shui Clássico ou Tradicional:
– Desenvolveu-se com a corrente de pensamento chinês chamada Taoísmo, há aproximadamente 3 mil anos.
– É imprescindível analisar os fluxos de energia, o Qi.
– Para realizar esse estudo e aplicação é necessária a orientação de cálculos matemáticos, a compreensão da Metafísica e da Cosmologia Chinesas.
– Existem inúmeros Sistemas e Escolas de Feng Shui, independente da Tradição que for seguida.
– Para a abordagem Clássica, os estudos podem ser divididos em duas Tradições na aplicação da técnica: San-He (3 Harmonias) e San Yuan (3 Ciclos).
Feng Shui Moderno:
– Criado na década de 70 pelo mestre Thomas Lin Yun e popularmente conhecido como Escola do Chapéu Preto.
– Usa apenas um método de aplicação, com o uso do diagrama Baguá.
– Este estudo descarta o uso da bússola, não levando em conta as orientações de pontos cardeais e suas estruturas energéticas resultantes na construção e nos indivíduos que vivem no local.
– Utiliza vários símbolos orientais chineses para curar ou estimular áreas da casa definidas pela sobreposição do Baguá na planta-baixa, determinando 8 setores relacionados com áreas da vida.
– Seu método de aplicação é baseado sobretudo na intuição, atua com processos ritualísticos, e enfatiza a importância de consagrações frequentes para que a aplicação realizada continue eficiente.
Ambas as abordagens têm seus méritos e podem ser usadas de maneira complementar. A escolha entre o Feng Shui Clássico e o Feng Shui Contemporâneo geralmente depende das preferências individuais e do contexto específico.