Nada É Por Acaso sabe dosar a carga emotiva e os personagens para trazer ao espectador uma jornada intensa. Confira a crítica completa. Marina (Giovanna Lancellotti) volta de uma viagem com cinco milhões de reais em sua conta. Agora, ela só quer seguir em frente sem olhar para trás e encarar o que fez. Contudo, os encontros constantes entre Marina (Giovanna Lancellotti), Maria Eugênia (Mika Guluzian), Henrique (Tiago Luz) e o filho do casal, não podem ser apenas uma coincidência. As duas mulheres vão descobrir que estão unidas por laços de amor e amizade que remontam para além dessa vida.

O filme dirigido por Marcio Trigo é baseado na obra de mesmo nome de Zibia Gasparetto onde temos a preservação principalmente nos ensinamentos que vida nos propõe, o longa também pensa dessa forma, mas prefere trabalhar com uma nova abordagem dos fatos, para uma melhor imersão na narrativa dos dois casais centrais.

O roteiro mantém a atmosfera para apresentar ao espectador aos poucos, os elementos vão ocorrendo lentamente com o eixo criado por Giovanna Lancellotti, e sendo explorado conforme a história avança. E quando ela começa a ter novos relacionamentos, as vidas passadas dos personagens começam a ser trabalhadas pelos atos.

A união entre as tramas dos casais ocorre organicamente, para depois termos elementos do espiritismo serem incorporados. O roteiro busca estes pontos em comum para universalizar as narrativas, mesmo que algumas vezes pareçam casuais e sem importância originalmente.O filme tem uma transformação intensa ao abordar ao espiritismo, principalmente, mostrando as vidas passadas dos protagonistas e suas ligações. Até mesmo para os que professam outras religiões conseguem se conectar ao filme, já que ele possui as explicações necessárias e sabe tratar cada elemento isoladamente inicialmente e depois inserir na trama principal. Essa estrutura acaba destacando as interpretações femininas, principalmente Giovanna que possui arcos dramáticos intensos, e sua personagem é que transforma a trama a cada novo ato. Uma grande de uma atriz que normalmente está ligada a obras de comédia romântica.

O roteiro não só reverencia a obra de Zibia, como a grandes autores, como Chico Xavier Divaldo Franco como alguns easter eggs, preservando a forma com que conduz a narrativa principal, não deixando o espectador esquecer que tipo de filme ele assiste.  A emoção demora a acontecer, por justamente se preocupar com a trama principal e as ligações dos casais, porém ela cresce a partir do momento que conhecemos cada um deles e suas motivações.

As vidas passadas não possuem um grande aprofundamento, por focar nos personagens. Elas são usadas como um ponto de explicação, em pequenas cenas, mesmo sendo boas, possuem um motivo diferente para aparecer.

Claro, que por ser uma adaptação literária, faltam alguns arcos secundários e pontos de sustentação, mas a mensagem principal está preservada, com didatismo e informação para quem assiste.

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